sábado, 4 de julho de 2015

Uma Carta

Hoje tive vontade de escrever e postar, algo que não faço há muito tempo, pelos motivos que vocês já conhecem. Mas hoje, enquanto eu caminhava para encontrar uma amiga, me peguei pensando na minha vida e no que tenho sentido ultimamente, coisas que não compartilho com ninguém, por que acredito que não devo encher a cabeça dos outros com os meus problemas. O fato é que não é tão fácil para eu falar o que penso como fazem comigo. Por isso talvez, eu seja uma excelente “amiga”, que estou sempre lá para ouvir o que outros têm a dizer, e não dou a eles a preocupação de pensarem em mim. Acho que desabafar às vezes faz bem não é mesmo? Então lá vamos nós.
Tem sido um ano particularmente difícil, já que estou carregada com os afazeres da escola, o teatro, os livros e acorreria do dia a dia. Entretanto, percebi que na maioria das vezes, acabo dificultando as coisas graças ao meu jeito de ser! Para aqueles que me conhecem pessoalmente, até seja difícil acreditar, mas eu não tenho uma boa autoestima. Acho que as únicas pessoas que conhecem bem esse meu lado, são minha irmã mais nova e meus pais, pois são eles quem ouvem todas as minhas queixas e minhas dores reais.
Quando eu era pequena, minha mãe costumava dizer que eu era dramática e fazia tempestades num copo d’água; Ela sempre tinha que lidar com o meu chororô, que na maioria das vezes era por motivos banais. Pode parecer coisa de criança, mas estou aqui, com dezesseis anos para provar o contrário. Eu odeio assumir isso (um dos motivos pelos quais eu não divido meus sentimentos com os outros), mas eu sou fraca. Sou uma menina muito fraca. Eu preciso da atenção e do amor dos outros, eu preciso ser notada e querida e isso é realmente péssimo! Todos nós sabemos que não devemos nos importar com o que pensam a nosso repeito, que devemos nos colocar em primeiro lugar. Uma pena que essa não seja a minha realidade.
Na minha antiga escola, eu tinha os melhores amigos do mundo perto de mim, o tempo todo! Eu sempre andei com eles, mas naquela época, eu sentia que eles eram demais para mim. Eles eram legais, engraçados, inteligentes e eu não era absolutamente nada! Eu não tenho senso de humor, não sabia fazer piadas maliciosas (nem sacá-las), não era inteligente como eles. Isso é estúpido, por que mudei de escola há um ano e meio e nossa amizade continua firme e forte. Eu deveria ter aprendido aí.
Hoje, pensando um pouco, eu descobri o meu grande problema! Geralmente, procuro nas pessoas suas maiores qualidades. Posso enumerar as virtudes dos trinta e cinco alunos da minha sala de olhos fechados! E então, quando eu realmente admiro alguém, sinto que nunca vou chegar aos pés dela, por que eu não sou ninguém.
Puxa, lendo isso agora, acho que fui otimista quando disse que “não tinha uma boa autoestima”. Eu não tenho autoestima nenhuma! Até minhas personagens favoritas são tudo o que eu queria ser. Elas são fortes, autoconfiantes e tem opinião.
Eu não quero aparecer. Não quero dar uma de adolescente temperamental depressiva e solitária. Eu não falo essas coisas fora de casa por que não quero que pensem isso de mim. Mas dói. Dói quando percebo que não tenho importância, ou quando não consigo a estima e o respeito de um professor importante para mim. Você deve estar pensando: “Ora, que grande tolice!”. Quem dera fosse manha minha! Eu tento virar esse jogo, mas não consigo. Rebaixo-me a pessoas vazias, pelo simples fato de elas terem alguma coisa que eu não tenho. E minhas qualidades, bem, não consigo enxergar. A única coisa que posso afirmar ter é força de vontade, afinal, tive que correr muito atrás do que eu queria para mim. Agora quem se gaba por ter força de vontade? Ninguém.
Não pense que minha cabeça é sempre assim! Na maioria das vezes eu não penso nisso por querer. Mas quando essas ideias vêm, eu fico mal, sinto uma dor forte no peito e choro. Depois passa e eu nem me lembro mais! E sim, preciso urgentemente passar com um psicólogo! Mas não tenho grana pra isso e minha mãe me mandaria parar de frescura. Quando eu tiver meu dinheiro, providenciarei as consultas, não se preocupe!
Obrigada por ler este texto, por me dar atenção e permitir que eu compartilhasse minhas coisas com você.

Ah, antes de ontem, eu fui dormir muito feliz, por que uma prima que amo muito, e que é muito importante pra mim, gravou um áudio dizendo que me amava. Essas pequenas coisas mudam o nosso dia, literalmente.

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