Hoje tive vontade de escrever e postar, algo que não faço há
muito tempo, pelos motivos que vocês já conhecem. Mas hoje, enquanto eu
caminhava para encontrar uma amiga, me peguei pensando na minha vida e no que
tenho sentido ultimamente, coisas que não compartilho com ninguém, por que
acredito que não devo encher a cabeça dos outros com os meus problemas. O fato
é que não é tão fácil para eu falar o que penso como fazem comigo. Por isso
talvez, eu seja uma excelente “amiga”, que estou sempre lá para ouvir o que outros
têm a dizer, e não dou a eles a preocupação de pensarem em mim. Acho que
desabafar às vezes faz bem não é mesmo? Então lá vamos nós.
Tem sido um ano particularmente difícil, já que estou carregada
com os afazeres da escola, o teatro, os livros e acorreria do dia a dia.
Entretanto, percebi que na maioria das vezes, acabo dificultando as coisas
graças ao meu jeito de ser! Para aqueles que me conhecem pessoalmente, até seja
difícil acreditar, mas eu não tenho uma boa autoestima. Acho que as únicas
pessoas que conhecem bem esse meu lado, são minha irmã mais nova e meus pais,
pois são eles quem ouvem todas as minhas queixas e minhas dores reais.
Quando eu era pequena, minha mãe costumava dizer que eu era
dramática e fazia tempestades num copo d’água; Ela sempre tinha que lidar com o
meu chororô, que na maioria das vezes era por motivos banais. Pode parecer
coisa de criança, mas estou aqui, com dezesseis anos para provar o contrário.
Eu odeio assumir isso (um dos motivos pelos quais eu não divido meus sentimentos
com os outros), mas eu sou fraca. Sou uma menina muito fraca. Eu preciso da
atenção e do amor dos outros, eu preciso ser notada e querida e isso é
realmente péssimo! Todos nós sabemos que não devemos nos importar com o que
pensam a nosso repeito, que devemos nos colocar em primeiro lugar. Uma pena que
essa não seja a minha realidade.
Na minha antiga escola, eu tinha os melhores amigos do mundo
perto de mim, o tempo todo! Eu sempre andei com eles, mas naquela época, eu
sentia que eles eram demais para mim. Eles eram legais, engraçados, inteligentes
e eu não era absolutamente nada! Eu não tenho senso de humor, não sabia fazer
piadas maliciosas (nem sacá-las), não era inteligente como eles. Isso é estúpido,
por que mudei de escola há um ano e meio e nossa amizade continua firme e forte.
Eu deveria ter aprendido aí.
Hoje, pensando um pouco, eu descobri o meu grande problema!
Geralmente, procuro nas pessoas suas maiores qualidades. Posso enumerar as virtudes
dos trinta e cinco alunos da minha sala de olhos fechados! E então, quando eu
realmente admiro alguém, sinto que nunca vou chegar aos pés dela, por que eu
não sou ninguém.
Puxa, lendo isso agora, acho que fui otimista quando disse
que “não tinha uma boa autoestima”. Eu não tenho autoestima nenhuma! Até minhas
personagens favoritas são tudo o que eu queria ser. Elas são fortes, autoconfiantes
e tem opinião.
Eu não quero aparecer. Não quero dar uma de adolescente
temperamental depressiva e solitária. Eu não falo essas coisas fora de casa por
que não quero que pensem isso de mim. Mas dói. Dói quando percebo que não tenho
importância, ou quando não consigo a estima e o respeito de um professor
importante para mim. Você deve estar pensando: “Ora, que grande tolice!”. Quem
dera fosse manha minha! Eu tento virar esse jogo, mas não consigo. Rebaixo-me a
pessoas vazias, pelo simples fato de elas terem alguma coisa que eu não tenho.
E minhas qualidades, bem, não consigo enxergar. A única coisa que posso afirmar
ter é força de vontade, afinal, tive que correr muito atrás do que eu queria
para mim. Agora quem se gaba por ter força de vontade? Ninguém.
Não pense que minha cabeça é sempre assim! Na maioria das
vezes eu não penso nisso por querer. Mas quando essas ideias vêm, eu fico mal,
sinto uma dor forte no peito e choro. Depois passa e eu nem me lembro mais! E
sim, preciso urgentemente passar com um psicólogo! Mas não tenho grana pra isso
e minha mãe me mandaria parar de frescura. Quando eu tiver meu dinheiro,
providenciarei as consultas, não se preocupe!
Obrigada por ler este texto, por me dar atenção e permitir
que eu compartilhasse minhas coisas com você.
Ah, antes de ontem, eu fui dormir muito feliz, por que uma
prima que amo muito, e que é muito importante pra mim, gravou um áudio dizendo
que me amava. Essas pequenas coisas mudam o nosso dia, literalmente.